sábado, 30 de abril de 2011

As canoas partiram para não mais voltar!



Bem que o titulo do post poderia ser “O último dos moicanos” mas resistiremos à brasilidade e a regionalidade do tema, destacando o fim de uma atividade comercial, que consistia no transporte de pessoas e mercadorias através de canoas, entre Grossos e Areia Branca.

Inicialmente 11 (onze) canoas chegaram a fazer o transporte de moradores de Grossos que faziam compras, trabalhavam, realizavam pagamentos, estudavam, medicavam-se e tudo mais decorrente das necessidades que se apresentavam no dia-a-dia.

As informações apuradas apontam para os idos de 1910, como o ano de inicio da referida atividade, que perdura por mais de um século, sendo uma das primeiras canoas, aquela intitulada por “Vai-e-Vem” de propriedade de Jesuíno Filho, mais conhecido por Zuzu.

Outras canoas ganharam notoriedade como a “União” que inicialmente foi de propriedade de Tertuliano Pereira e depois de Sebastião Matias Dantas (forasteiro), que perduraram por muitos e muitos anos na atividade.

O Memorialista Raul da Barra lembra que trabalhou na canoa “Bem-ti-vi” que era de Armênio Amâncio Dantas, vulgo Capitão, seu tio. 


Hoje balsas a motor transportam pessoas, mercadorias e automóveis, fazendo o mesmo trajeto percorrido pelas centenárias canoas, inviabilizando financeiramente a bucólica atividade de transporte, tanto é, que apenas um único canoeiro bravamente resiste.



Amâncio Ferreira da Silva, nascido em 27/12/1946, é o último dos canoeiros (que curiosamente não sabe nadar), tenta a todo custo manter viva a atividade de onde tira seu sustento, que hoje lamentavelmente atravessa os mares mais turbulentos de toda sua história. Ainda assim Amâncio garante que sua "jangada vai sair pro mar".

Uma medalha, uma comenda, um título, seria o inicio do reconhecimento de Grossos, pelo muito que Amâncio na sua simplicidade tem feito por sua comunidade.

Um comentário:

  1. Irretocável a matéria sobre o "Último dos canoeiros". Quem conhece "Seu Amâncio" identifica no texto acima a mais pura verdade acerca de sua simplicidade, paciência, honestidade,humildade, vontade de trabalhar e acima de tudo "Seu Heroísmo". Nesta profissão, Seu Amâncio criou seus filhos e também seus Netos, deu continuidade a uma atividade exercida por seu pai, que já herdara de seu avô.
    Uma comenda seria um gesto simplesmente simbólico para reconhecer a história de vida de Amâncio Ferreira, "O Último dos Canoeiros"

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